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Como lidar com a pressão acadêmica

A vida do estudante pode ser muito estressante, aprenda a como enfrentar essa fase

O índice de jovens de 15 a 29 anos alcança cerca de 30% do índice geral de suicídio no Brasil, segundo dados do DataSUS de 2015. A pressão psicológica da família, junto com os desafios enfrentados na vida acadêmica e a necessidade de aceitação e sucesso na vida profissional tem afetado cada vez mais a saúde mental dos estudantes.

Uma pesquisa realizada em 2011 pela Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) traçou o perfil dos estudantes das universidades federais e, para isso, uma das áreas mapeadas foi a de recorrência de transtornos mentais nessa parcela específica da população. A conclusão foi de que metade dos universitários brasileiros havia vivenciado uma crise emocional no ano anterior e que o transtorno que mais afetava o desempenho dos alunos era o de ansiedade, com o qual 70% dos entrevistados se identificavam.

 

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BONS HÁBITOS

A psiquiatra Susy Alfaia, do Subsistema Integrado de Atenção à Saúde do Servidor (SIASS) da Universidade Federal de Goiás (UFG) acredita que adotar bons hábitos de vida no cotidiano ajuda a evitar a ansiedade. Para ela, tratamento nos casos de ansiedade e depressão são individualizados, uma vez que se manifestam de maneiras diferentes de pessoa para pessoa e nem todos os casos exigem medicação, pois muita vezes um auxílio psicológico e o apoio da família já são o suficiente para amenizar os sintomas da doença. “Os antidepressivos de um modo geral, podem ser usados durante um período de tempo maior, enquanto que outras medicações são indicadas apenas para os períodos de crise”, ressalta Alfaia.

AMBIENTE

Para a psicóloga Viviane Sousa, do programa Saudavelmente da Universidade Federal de Goiás (UFG), o ambiente de pressão e competição são constantes tanto para estudantes, quanto para professores e técnicos administrativos na comunidade universitária. Ela comenta que há alguns processos na vida estudantil que podem levar o jovem a vivenciar um período de estresse elevado.

FASES

O primeiro processo ocorre na fase de transição do ensino médio para o universitário, ao ocorrer uma ruptura muito grande em relação a vida estudantil. Se antes havia um acompanhamento mais próximo dos professores e dos pais, agora o jovem passa a experimentar uma maior autonomia para gerenciar a vida estudantil. “Em um primeiro momento, toda essa liberdade pode soar atrativa, mas depois muitos não ainda não possuem recursos para lidar com as consequências de suas escolhas. Nessa fase, o jovem também passa a ter um novo perfil de estudante. Muitas vezes era um bom aluno no ensino médio e, depois, passa a ter que lidar com notas mais baixas, nota zero e até mesmo reprovação em alguma disciplina”, pontua Viviane.

PRESSÃO DO MERCADO

Já na etapa final do curso, existem as pressões para que este seja concluído dentro do prazo previsto e preocupações com o ingresso no mercado de trabalho e se é o momento ou não de continuar na vida acadêmica e fazer uma pós-graduação. “Para lidar com todas essas pressões, alguns jovens acabam se privando excessivamente do sono e da convivência com os amigos para estudar. Vão se privando do que é prazeroso e abrindo mão da qualidade de vida. Isso acaba tendo reflexos na saúde mental do indivíduo”, afirma Sousa.

AJUDA NECESSÁRIA

Sousa ressalta que as pessoas demoram a perceber que estão precisando de ajuda e, em outras vezes, vão negligenciando o autocuidado e só procuram por profissionais em saúde mental quando já estão bem adoecidas. “É preciso buscar essa ajuda o quanto antes, para evitar um maior comprometimento da saúde e até mesmo o afastamento da vida acadêmica”, conclui. Ela lista cinco ações simples, para serem adotadas no cotidiano, que podem ajudar a evitar a ansiedade: ter um hobby, uma atividade prazerosa; ser organizado; conversar com alguém querido; dormir bem e cuidar da alimentação.

 

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Fonte: Ana Carolina Fernandes Cunha; Gabriele Pimentel Cavalcante; Gustavo de Barros Alves da Cruz; Jurandi Dias de Lima; Maria Teresa Corsino Laudares